Um artigo da revista Veja SP, do crítico de restaurantes Arnaldo Lorençato, a respeito da falência da unidade do restaurante Paris 6 em Miami Beach, tomou conta dos grupos de Whatsapp dos empresários brasileiros em Miami. Dias depois, a revista Exame também publicou um artigo da jornalista Mariana Fonseca abordando o mesmo tema, e colocou na mesma cesta de insucessos, além do Paris 6, os restaurantes Madero e Coco Bambu.
Muitos amigos e empresários que conhecem o nosso trabalho como empresa de Pesquisas de Mercado e Estratégia de Marketing nos Estados Unidos têm pedido a nossa opinião sobre esse assunto. Falar do fracasso alheio não nos traz qualquer tipo de satisfação, muito pelo contrário, nos traz tristeza. Milhões de dólares investidos – e perdidos – que não terão o efeito multiplicador que certamente poderia beneficiar outras empresas brasileiras nos EUA. Mas é importante usar esses casos como aprendizado. E eles se somam a outros casos: Level 1, L’Entrecote de Paris, Giraffas, Shrimp House (Vivenda do Camarão), Little Chalet (Chalezinho), Soho Bay, e tantos outros. Quase todos, para ser justo com alguns que não têm esse comportamento, apresentam uma característica realmente notável e comum: quanto maior o sucesso alcançado no Brasil, maior é sua a teimosia, excesso de autoconfiança e soberba. Exemplo disso foi a justificativa do proprietário do restaurante Paris 6 que culpou o ‘mercado de Miami’ pelo seu fracasso. Claro, é da natureza humana: o problema sempre são os outros. Mas uma rápida análise nos ‘reviews’ do Yelp confirmam a mesma percepção que tive quando fui ao restaurante: só faltou me perguntarem o que eu estava fazendo lá. Recentemente realizamos uma pesquisa de mercado para um famoso restaurante brasileiro que estava estudando ingressar no mercado de Miami. Os donos, que são profissionais muito experientes e com formação acadêmica acima da média dos empresários do setor, já sabiam que o primeiro passo do projeto deveria ser uma boa Pesquisa de Mercado. “Long story short”: eles montaram o plano de negócios com um valor de ticket médio de US$80 por pessoa e a nossa pesquisa mostrou a eles que o ticket médio de restaurantes similares na mesma região era de US$ 41, valor que levaria o tempo de payback para mais de dez anos. Eles não abriram o restaurante em Miami e economizaram cerca de US$ 5 milhões. Esse tema é tão recorrente e comum, que recentemente gravamos um vídeo no canal “Vivendo e Empreendendo nos EUA” sobre os 10 Erros dos Donos de Restaurantes Brasileiros nos EUA. Você pode ver o vídeo aqui. Quais são esses erros? Veja a lista abaixo: 1. Não fazer pesquisa de mercado. 2. Trazer o modelo brasileiro sem adaptações. 3. Começar com restaurantes muito grandes e com várias unidades. 4. Não conhecer as leis e regulamentações necessárias do mercado local. 5. Fazer restaurantes focados no público brasileiro mesmo que o conceito não seja brasileiro. 6. Escolher localizações com base no conhecimento que adquiriram fazendo turismo nos EUA. 7. Não tomar cuidado com os termos do contrato de aluguel do ponto. 8. Escolher imóveis que não eram restaurantes anteriormente. 9. Estratégias de marketing equivocadas. 10. Ter sócios que não são do ramo, que se conheceram nos EUA e que deixam o ego cegar suas decisões. Deixe a sua opinião, comentário, crítica ou sugestão sobre este artigo. Mande a sua mensagem! Por Antonio Miranda
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